quarta-feira, 1 de abril de 2009

A Educação Brasileira ao Longo dos Anos




1549 - A história da Educação brasileira, ou pelo menos, da Educação Brasileira pós-descobrimento, começa com a chegada dos primeiros jesuítas, em 1549. Estes religiosos da Companhia de Jesus chegam ao Brasil com o objetivo de converter os índios ao cristianismo. São peças fundamentais no processo de aculturação imposto por Portugal na colonização do Brasil. E, no ensejo de propagar a fé católica, de quebra, ensinam aos nativos saberes básicos, como ler e contar. "Entender a lógica da cultura indígena era fundamental para o sucesso do projeto de aculturação que os jesuítas encabeçavam", explica Maria Lucia Hilsdorf, professora e pesquisadora do Departamento de Filosofia da Educação da USP, pois era uma forma de conseguir mão de obra para que os Portugueses pudessem se instalar na Terra.




1760: O estado é o responsável pela Educação
Após a expulsão dos jesuítas, a educação brasileira é organizada pelo estado pela primeira vez. Os professores (homens) leigos são pagos pelo governo que determina a proibição de livros jesuítas, cobra impostos e faz leis.
Um novo método de ensino é criado e a Imprensa Régia imprime livros didáticos.
Nas Escolas, estudam filhos de fazendeiros, senhores de engenho, farmacêuticos, militares e outras autoridades. Filhos ilegítimos de padres e mães solteiras completam a lsta.
O objetivo da formação não é o ingresso a universidade. Aliás, não há escolas de ensino superior no país. Do total de estudantes apenas ¼ continua os estudos indo para a faculdade no exterior. O restante dedica-se a agricultura, a igreja a ao funcionalismo público, em proporções iguais.




1808: A chegada da Família Real Portuguesa no Brasil pouco altera o panorama do ensino no Brasil. A maior mudança – nem tão grande assim – é a criação das aulas avulsas de Cirurgia e anatomia, na Bahia e no rio de Janeiro, primeira origem das faculdades. A grande parcela da população, continua afastada da escola.




1824: a maioria das mulheres é educada pela mãe ou pela ama e aprende a ler, além de ser treinada nas prendas domésticas.




1827: A primeira Lei Geral de Ensino cria colégios nas vilas e cidades mais populosas do Império e dá acesso às salas de aula também às meninas. Um novo método de aprendizado é difundido: o ensino mútuo, no qual o professor orienta os melhores alunos (monitores), que repassam o conhecimento a outros alunos. A separação das turmas não depende da idade, mas do estágio de conhecimento. As turmas eram multiseriadas (todas as séries no mesmo espaço).
A repetição e a memorização, usadas desde os jesuítas, continuam. Cartazes nas paredes ensinam o alfabeto e os números.
O ensino mútuo é dinâmico e oral – e os estudantes fazem exercícios numa mesa de areia molhada.Completam as inovações de 1827: as escolas de Direito de Olinda e São Paulo. A s escolas continuam sendo para os filhos das elites, uma vez que a economia brasileira é estritamente agrária e precisa de mão de obra para o trabalho no campo.




1828: Nas escolas para garotas, só professoras passam a lecionar. As mulheres eram autorizadas a lecionar mediante um atestado de boa conduta, precisava de testemunhas para afirmar que eram “comportada e honestas”.
O método mútuo, apesar de popular, não era usado para mulheres.
O motivo: ao contrário das escolas masculinas, as turmas de meninas não eram numerosas, já que poucas tinham aprendido a escrever em casa antes da criação das escolas femininas.
Predominância dos colégios religiosos católicos.




1837: O Colégio Pedro II, concebido para ser um modelo para todo o Brasil, é inaugurado no rio de Janeiro. Os alunos, só homens tinham uma educação voltada para padrões renascentistas.
O próprio imperador Pedro II contrata e controla professores e verifica como andam as aulas e refeições.
Depois de 6 anos estudando no Pedro II, o aluno ingressava nos cursos de Medicina, Direito e Engenharia.




1874: Idéias do Positivismo, do Cientificismo e do movimento republicano circulam e influenciam a educação.
Escolas laicas e particulares são criadas, além de colégios femininos e protestantes.
As turmas são pequenas, o material didático, na maioria das vezes, importado.
Aos poucos a educação migra para a iniciativa privada.




1883: No auge do desenvolvimento da lavoura cafeeira, outras escolas são criadas: O Liceu de Artes e Ofícios, por exemplo, numa época em que a cidade de São Paulo está se urbanizando. Seu objetivo é qualificar trabalhadores para a industria de então.




1889: A efervescência das décadas anteriores desemboca na Proclamação da República. O governo reforma o ensino primário e normal, organiza uma rede de escolas normais e complementares.
È neste período também que aumenta a presença feminina nos cursos de formação de professores,já que o magistério surge como alternativa ao casamento forçado e ofícios de menor prestígio, como lavadeiras e passadeiras. As mulheres já superam os homens no magistério.




1890: a nova constituição separa a igreja do Estado, laiciza a sociedade e a educação, elimina o voto baseado na renda e instituí o voto do cidadão alfabetizado do sexo masculino.




1920: Ganha força a discussão sobre a importância da educação para o desenvolvimento do país. Isso coincide com o surgimento do movimento da Escola Nova, criado para reinventar a escola a partir de conhecimentos produzidos pela psicologia e pela biologia, entre outras ciências. Seus defensores eram médicos e higienistas.Para eles, o aluno deve ser o sujeito mais importante da escola. Para isso, defende a adoção de novos métodos e a reforma dos currículos escolares. O conhecimento deve ser mais interessante e estar mais próximo da realidade dos alunos. Só formando o individuo a partir de sua realidade, este poderia transforma-la.




1931: Criação do Ministério da Educação e Saúde, primeira vez na História da Educação Brasileira que há a preocupação em se organizar legalmente o ensino no país.




1942: A instalação da indústria de base e a fabricação crescente no país de produtos antes importados, reforçou a necessidade de formar mão de obra. Diante disso, Gustavo Capanema, então ministro da Educação e Saúde, reformula a educação brasileira. Uma das suas principais medidas é a criação do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, o SENAI. A instituição de ensino profissionalizante estava incluída entre decretos que integravam as Leis Orgânicas do ensino, nome que o conjunto de reformas de Capanema recebeu.




1964: Os militares tomam o poder. Início da repressão e controle sobre o que é ensinado no país, principalmente porque aqueles que contestavam este tipo de governo eram os estudantes universitários. O MEC faz um acordo com USAID (órgão americano), para modificar as estruturas na educação brasileira, como: vestibular, ensino universitário por créditos, incentivo ao ensino técnico profissionalizante




1974: As disciplinas de História e Geografia, consideradas reflexivas, são retiradas do currículo e substituídas por Estudos Sociais e Educação Moral e Cívica, cujos conteúdos eram extraídos de cartilhas produzidas pelos militares. É criados o MOBRAL, com objetivo de erradicar o analfabetismo no país.Neste período é implementada a tendência Tecnicista, que consiste no uso de recursos tecnológicos como recurso didático: flanelografo, álbum seriado, mapas, slides, retroprojetor e outros.




1980: com a abertura política, os educadores que antes estava exilados do país voltam e começam a discutir novos modelos e modificações para a educação brasileira.




1988: A nova Constituíção obriga União e Estados a aplicar, respectivamente 18% e 25% da receita arrecadada em Educação.




1996: É promulgada a nova Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e o Ministério da Educação e Cultura edita os Parâmetros Curriculares Nacionais.Na LDB o destaque é a inclusão da educação infantil (creches e pré escolas) como primeira etapa da educação básica.




2007: O governo lança o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), que inclui um diagnóstico detalahdo sobre o ensino público e ações com foco na formação do professor.
O caráter objetivo das ações, traduzino em metas, é o ponto alto do PDE, uma tentativa de diminuir a defasagem da Educação brasileira em relação aos países desenvolvios. A exclusão continua sendo um problema. Apesar do discurso oficial de que já alcançamos a universalização do ensino Fundamental, 660 mil brasileiros entre 7 e 14 anos, ainda estão fora da escola.








Diante de todas estas informações, comente:



1- Ao logo dos anos, podemos perceber que a educação brasileira foi organizada para poucos e que a exclusão, que ainda hoje persiste é devido a este fato. Comente a afirmação, a partir do que você leu e discutiu em aula.




2- O que os ideais iluministas influenciaram no modelo educacional da era moderna?




3- Descreva a educação brasileira no período colonial.




4- Quando a educação no Brasil passou a ser questão nacional?




5- Você acha que o modelo de educação implantao no período da ditadura militar no Brasil, influenciou e foi responsável pelo modelo que temos hoje?




6- O Plano de Desenvolvimentoda Educação implementado pelo governo em 2007 tem, de certa forma, o objetivo de resgatar a escola pública, você concorda com isso. cite pós e contras desta proposta.












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